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Tite era carne pronta para o moedor do Flamengo

Tite era carne pronta para o moedor do Flamengo

Treinador teve passagem muito ruim pelo clube, que acha que ninguém é bom o suficiente desde Jorge Jesus

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Foi a crônica de uma demissão anunciada. Ou de um casamento condenado ao fracasso. Tite e Flamengo jamais combinaram na mesma sentença. O estilo acadêmico e professoral do treinador é antagônico ao do treinador dos sonhos dos flamenguistas: o português Jorge Jesus.

A demissão, anunciada oficialmente na manhã desta segunda-feira, 30 de setembro de 2024, foi um ato protocolar de algo que estava decidido desde a eliminação para o Peñarol, pela Libertadores.

A entidade Maracanã decretou o fim da linha de Tite.

Para o Flamengo, o Maracanã funciona como o Coliseu na Roma Antiga. O que ecoa das arquibancadas tem o mesmo peso que o dedo polegar para baixo do imperador. A pálida vitória sobre o Athletico-PR foi ornamentada por impropérios direcionados a Tite antes, durante e depois do jogo. O estádio replicou a condenação anunciada nas redes sociais pela Fladigital, a versão em bytes do que os adversários chamam de Flamídia.

Os números mascaram a passagem de Tite pelo Flamengo. O aproveitamento geral de 64,7% dos pontos sugere um bom desempenho. Foram 70 jogos, com 41 vitórias, 13 empates e 16 derrotas. No meio da temporada, em julho, o aproveitamento chegou a ser de 70%.

Os dados estatísticos nunca seduziram os flamenguistas e a Fladigital. Entidades que exigem um time voraz, que passe pelos adversários como um olo compressor. Algo que nunca fez parte do portfólio de Tite. Seus times primam pelo vigor defensivo, a solidez tática e a organização. Aspectos que, registre-se, pouco estiveram presentes em seus dias à frente daquele que é considerado o melhor elenco do futebol brasileiro.

O Flamengo se transformou num moedor de treinadores após a saída de Jorge Jesus. Ninguém presta. O clube tentou todos os perfis possíveis desde 2020. De Jorge Sampaoli a Renato Gaúcho, de Dorival Júnior a Domènec Torrent. Argentino, brasileiros e um espanhol com visões distintas.

Em ano de eleição, sonhando com estádio próprio e jogando mal, o Flamengo apela a Filipe Luís com o mesmo objetivo de sempre: emular Jorge Jesus.

Tite precisa de sabedoria para reencontrar seu rumo. O retorno ao futebol de clubes não foi auspicioso. Os seis anos de Seleção Brasileira mudaram o treinador. Seu estilo naturalmente prolixo ganhou um verniz de superioridade, com auxiliares falando por ele em coletivas e um vocabulário de curso de treinador indigesto para o torcedor comum.

Vocabulário à parte, foi o futebol modorrento, repetitivo e sem entusiasmo que decretou o fim da Era Tite no Flamengo.

Fonte:https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/mauricio-noriega/esportes/futebol/flamengo/tite-era-carne-pronta-para-o-moedor-do-flamengo/

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